A maior das mestras: a morte

Por Vandi Dogado

Todos se afastam até que sintam o toque de seu beijo frio. Ela é uma professora inigualável na arte de ensinar a importância do amor e da compaixão humana, pois com sua chegada, a arrogância, a vaidade, o orgulho e o egoísmo se desvanecem. Ó implacável Mestra, por que sua dura realidade nos faz valorizar o presente? Por que sua abordagem direta é frequentemente mal interpretada, e suas dolorosas lições são tão difíceis de assimilar? Será que um dia, na Terra, as pessoas aprenderão a valorizar mais o amor do que o incessante anseio por poder ilusório e bens materiais?

Tentar compreender suas ações, que levam vidas e abrem portas para dimensões desconhecidas, é um exercício fútil para aqueles que ficaram para trás. Os primeiros dias sem um ente querido são repletos de lembranças compartilhadas, sensações táteis, aromas, sons e imagens vívidas, todos brotando de nossas mentes confusas. A incompreensão da perda traz uma dor profunda no peito, um vazio existencial persistente e, às vezes, um desejo de seguir o mesmo caminho.

Ó poderosa força, quando levas uma criança ou um jovem, a dor parece maior pela vida que mal começou, mas o sofrimento verdadeiro não é medido pela idade, e sim pelo amor sentido pela pessoa perdida ou pela sensibilidade de cada um. Com o tempo, as memórias desbotam, as dores diminuem e a vida diária retoma seu curso, mas o amor por aqueles que se foram permanece durante nossa breve existência na Terra. Aqueles que acreditam em uma vida após a morte encontram conforto e esperança na possibilidade de um reencontro, aliviando seu sofrimento. Assim, os verdadeiros sábios caminham humildemente, aguardando a visita inesperada da morte, enquanto os tolos arrogantes ignoram suas lições, agindo como se fossem imortais.

PS: Durante a pandemia, muitos confundiram a proximidade com a morte com atos de bravura!

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