A gênese do sistema bancário brasileiro surge em Araçariguama

POR VANDI DOGADO

Este pequeno artigo propõe um olhar aprofundado sobre a origem do sistema bancário brasileiro, através do estudo de dois personagens historicamente fundamentais para sua formação: Guilherme Pompeu de Almeida e Amador Bueno da Ribeira. O intuito é compreender como suas trajetórias individuais, embora distintas, convergiram para o estabelecimento das bases do sistema bancário no Brasil.

Guilherme Pompeu de Almeida: A gênese do sistema bancário brasileiro surge em Araçariguama

Guilherme Pompeu de Almeida, residente do século XVII em Araçariguama, província de São Paulo, foi um notável tropeiro que transitava entre o interior e a capital da província. Seu primeiro passo rumo ao mundo das finanças foi dado por meio da diversificação de suas atividades econômicas. Pompeu de Almeida construiu uma forja em Araçariguama para confeccionar ferramentas e utensílios a fim de vender aos bandeirantes, que romperam com o Tratado de Tordesilhas e tornaram o Brasil um gigante em dimensão territorial.  Com as vendas, ele fez fortuna e passou a emprestar dinheiro aos bandeirantes, fortalecendo a economia local e estabelecendo uma sólida rede de relações comerciais. Segundo Caldeira (1999), seu destaque nesse cenário foi tal que lhe rendeu a alcunha de “Banqueiro do Sertão”. Dessa forma, Guilherme Pompeu de Almeida é considerado pelos historiadores como o primeiro banqueiro do Brasil.

 Amador Bueno da Ribeira: A influência paulista no financiamento colonial

Enquanto Pompeu de Almeida pavimentava o caminho do sistema bancário em Araçariguama, Amador Bueno da Ribeira estabelecia-se como uma figura influente em São Paulo, a poucas léguas de distância. Seus empréstimos e financiamentos serviram de catalisadores para o desenvolvimento econômico na região, preenchendo a lacuna deixada pela ausência de instituições financeiras formais (Prado Junior).

Correlações e Impactos na Formação do Sistema Bancário Brasileiro

Pompeu de Almeida e Bueno da Ribeira, apesar de suas esferas de influência distintas, desempenharam papéis significativos na construção das bases do sistema bancário brasileiro. A atuação de Pompeu de Almeida pode ser considerada uma das primeiras manifestações da prática bancária no Brasil, em particular pela oferta de empréstimos. Por outro lado, Bueno da Ribeira, pela concessão de financiamentos diversos, impulsionou a economia local, marcando sua contribuição ao desenvolvimento da atividade bancária.
A análise dos percursos de Guilherme Pompeu de Almeida e Amador Bueno da Ribeira permite compreender a complexidade e as nuances da formação do sistema bancário brasileiro. Embora suas histórias sejam diferentes, ambas convergem para a construção do sistema financeiro do país, moldando o curso da história bancária do Brasil. Seus legados nos fornecem uma compreensão profunda do contexto em que o sistema bancário brasileiro foi gestado, lançando luz sobre suas práticas, desafios e transformações.

Referências: 
Caldeira, Jorge. "Banqueiro do Sertão: Guilherme Pompeu de Almeida, a história do homem mais rico do Brasil colônia". São Paulo: Companhia das Letras.
Prado Junior, Caio. "História Econômica do Brasil." São Paulo: Brasiliense.
Imagem: Vandi Dogado: foto de obra de arte do artista MURILO SÁ.

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