Hamilton é muito mais do que o maior piloto de todos os tempos, é a voz
Hoje, 15 de novembro de 2015, é um dia histórico para a humanidade! Por quê? Eleições municipais? Fundamental, mas não é por isso! Proclamação da República? Importantíssimo, também não é por isso! Trata-se de um dia histórico devido ao heptacampeonato de Lewis Hamilton? Mais ou menos! Sim, ele tornou-se o maior da história! Ninguém esperava que um dia alguém superaria os números de Michael Schumacher na Fórmula 1. Nem entrarei no mérito sobre genialidade de Ayrton Senna. Caso não tivesse falecido, talvez teria subtraído dois títulos de Schumacher, então ambos teriam cinco títulos cada, isto é, a mesma quantidade do argentino Juan Manuel Fangio.
Nesse cenário, Senna seria o maior de todos os tempos porque corria sem escudeiro. Todos sabem que Schumacher foi ajudado por Rubinho Barrichello em quase toda sua trajetória na Fórmula 1. Uma das atitudes antidesportistas mais mesquinhas da história foi quando próximo da bandeira de chegada, Barrichello desacelerou e deixou Schumacher vencer a corrida. Em contrapartida, comparar estatisticamente Senna com Schumacher não seria correto, ainda que minha hipótese de que os dois terminariam suas carreiras com a mesma quantidade de títulos, é apenas uma suposição. As circunstâncias trágicas de Ayrton Senna impediram quaisquer aferições. Já comparar os números de Schumacher e de Hamilton é plenamente possível. O inglês igualou a quantidade de títulos e superou o número de pole position e de vitória do alemão. Sem contar que Hamilton corre sem escudeiro. Então, não há mais nenhuma dúvida, ele é o maior de todos os tempos. Hamilton nunca escondeu que seu ídolo fosse Ayrton Senna, fato que lhe concede a admiração e o carinho de brasileiros.
Não foi porque Lewis Hamilton se tornou o maior automobilista de todos os tempos que enfatizei ser hoje um dia histórico. Foi porque o maior campeão de todos os tempos é negro. Sofomaníacos poderiam esgoelar: Eeeeeh daí? Hum! Paciência! O único negro da história da Fórmula 1 tornou-se o melhor piloto de todos os tempos. Raro? Demorará muitos séculos até um negro se tornar outra vez o maior de todos os tempos na Fórmula 1. Não é só isso, caros leitores, Hamilton é um negro que sabe o peso de seu nome. Não se cala diante de racistas descerebrados que continuam a destilar ódio e a maltratar ou matar negros simplesmente porque se sentem superiores. Supremacistas pensam que são superiores, não demonstram habilidades superiores! Quem mata alguém não é superior, é apenas assassino. Desejos não alteram os fatos! A superioridade não se encontra no anseio de superioridade, todavia no feito superior. Atos superiores não dependem de cor, religião, raça, gênero, credo, etnia, sexualidade ou aspectos físicos ou socioculturais.
Hamilton é mais do que um fenômeno das pistas, é a principal voz contra o racismo no mundo. Um outro fenômeno, o maior jogador de futebol de todos os tempos nunca usou o enorme peso de seu nome contra o racismo. Ainda há tempo, Pelé! Pelé, como eu gostaria de vê-lo cruzando os braços sobre o peito como o Rei T’Challa de Chadwick Boseman. Os sofomaníacos da extrema-direita dirão que racismo é mimimi. Aliás, há negro que faz muito pior do que se manter no silêncio. É o caso de Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares que chamou o movimento negro de “escória”. Como comparar Camargo a Hamilton pelos feitos superiores? É o caso de um que faz o extraordinário e outro que sente ser extraordinário. Racismo não é mimimi! Definitivamente não é! Basta observar as estatísticas e ler um pouquinho de história. Todo racista é um idiota frustrado que sente imensa necessidade de encolher o outro para esconder seus temores e incapacidades e, desse modo, acredita na própria mentira de que é superior.
Na Inglaterra, sobretudo na cidade natal de Lewis Hamilton, Stevenage, na Inglaterra, poucos o admiram. Pelo contrário, detestam-no! Acreditam que um negro não está à altura de representar os britânicos. Não representa? Ele é maior do que isso! Sente orgulho de seu país. Possui enorme satisfação em elevar a bandeira de seu país ao lugar mais alto do pódio.
Lewis Hamilton era pobre, só chegou à Fórmula 1 porque Ron Dennis acreditou no potencial do menino que tinha o sonho de correr como seu ídolo Ayrton Senna. Hoje demonstrou que é o melhor piloto de todos os tempos. Mas, para Hamilton não basta ser um grande campeão, ele ainda almeja o "I have a dream..." de Martin Luther King. Aliás, King e Chadwick Boseman estariam muitos felizes não só com as conquistas de Hamilton nas peistas, mas porque é um homem bom não silenciou diante dos gritos dos maus. Não basta não ser preconceituoso, precisamos combatê-lo em todos os setores da sociedade. Parabéns Hamilton!
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